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Talvez

Talvez eu goste um pouquinho da dor De um pouquinho sentir sofrer Talvez eu goste do barulho Ou de um silêncio de ensurdecer Talvez eu goste de tanta coisa Que às vezes não goste de nada Talvez eu beba Pra assistir a realidade mudada Talvez eu seja assim Talvez não seja Talvez dance numa festa Com o espírito cochilando sobre a mesa Talvez eu seja mais um Talvez eu seja Um em um milhão Talvez eu seja só letra Talvez eu seja canção Talvez eu escreva No meio da confusão Talvez eu emudeça No silêncio da imensidão Talvez eu tão e simplesmente queira Falar, ser ouvido Talvez ninguém entenda Talvez não seja vivo Gustavo Afonso

Sentir

Quantos amores eu tive De uma noite, um dia, uma semana ou um mês Quantos amores eu tive Que não foram amores, nem tampouco paixão Quantos desamores eu tive Que não foram sequer decepção Quantas vezes senti e passou Quantas vezes não senti e desejei Quantas vezes nem sequer sabia o que sentia Quantas vezes escrevi sem saber porquê, pra quê e pra quem Quantas vezes escrevi pra você, pra ela ou pra mim Quantas vezes quis matar o que sentia Quantas vezes quis fazer nascer Tantas vezes que - clichê - não sei se mais sorri ou se chorei Se emoções, de verdade, eu senti Ou apenas deixei de Quantas vezes vivi Quantas vezes morri E, em quase todas as vezes, não sei nem o que senti Como definir O indecifrável Como entender Sem se? Mas, sentir - ou não - é, foi e será viver E, hoje eu sinto Só continuo sem saber porquê Gustavo Afonso 

Travessia: Um cantinho de céu

Eu prefiro as lágrimas Que as crises de angústia Sonho com a tristeza Porque ela me faz sofrer em paz Escrevo uma carta ao Tom (74), à Bethânia ou à Juliana  Vivo meio samba, pagode e rock n'roll Sonho de Tam, Azul ou de Gol Mas queria ir de Trem Com o Clube  E, mesmo sonhando Realmente - com meu braço - fazer o meu viver   Mas vou pela estrada Esburacada, enlameada Rumo à estada Onde meu coração pode chegar  Vou ao Leme, à Urca, ao Arpoador Eu desejo Minas, São Paulo, Salvador. Ou até o exterior  Enquanto ainda olho, da janela, o Redentor Eu escrevo enquanto bebo (ou depois) E vez ou outra choro enquanto dói Mas meu choro hoje machuca menos Não me mata, nem tanto me rói Os discos já tocam e não mais arranham meus ouvidos Tô no caminho No fim do vício (ou no início?) Talvez no final do ciclo Maldito. Bendito Eu vivo Ou sobrevivo Tem horas que nem isso Mas, eu sigo Não paro. Eu ajo, eu faço  E acho que isso é viver Se por um minuto eu esqueço Acho que isso é Me Ter E enquanto os dia

Vivendo e escrevendo

Queria existir de sonhos E me alimentar de poesia Subsistir de escrever, escrever e escrever... Pra nenhum dia sentir sem sentido a vida viver E viver em estado pleno Sob o sol, imerso ao sal, sentindo o vento Numa ilha de palavras inventadas Mensageiras reais, literais, de sentimentos E nesse universo diferente, desobrigado, da gente Transcender, crescer, escrever e viver Naturalmente, com você Um poema novo a cada dia Um recital espontâneo a cada noite Uma coletânea por mês Datados, ironicamente, por um existir sem tempo Um existir renovado Em sono acordado Energizado por sorrisos À luz de luares tingidos Tingidos por versos simples Jamais escritos Telepaticamente transmitidos Da minha alma ao infinito                                   Gustavo Afonso

Sorrir

Sorrir é afirmar para si que sua força é maior que seu fardo É retribuir ao mundo - com amor - qualquer dor que tenha lhe causado É contrariar, desfazer qualquer mal, invertendo por completo o astral É purificar, acriançar Às vezes é difícil e dói sorrir  Sorrir é resistir. Transgredir Mas é remédio, é cura, é doçura Sorrir quando se quer chorar  E se permitir chorar Sorrir enxuga as lágrimas que precisam rolar Sorrir é bem teimar Sorrir é apaziguar, amansar  Sorrir é mudar a expressão É melhor se expressar Sorrir é perdoar Sorrir é desarmar Sorrir é ensolarar Sorrir é cantar pra sua alma É injetar calma Sorrir é iluminar o breu que insta em ficar É inspirar, transformar Sorrir não é ser feliz Sorrir é fazer feliz Sorrir é esperançar Sorrir é lindo. Sorrir é divino  Sorrir é amar. A si, a par. É multiplicar E com as estrelas comungar Sorrir é confiar É aceitar Sorrir é a mais linda poesia que o seu rosto pode escrever  Viver sorrindo, é a mais bela e plena forma de Ser Gustavo Afonso

CHAT GPT

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Vivo

Vivo sentindo  Mas, duvido até que esteja vivo Habito um existir pausado Da vida que vivia e até sorria Pra vida que viria se amanhecesse o dia Sinto demorado Arrastado Amarras prendem minha mente Afastam meu passado  Sufocam meu presente  Escondem o daqui pra frente Ouço ao longe a vida mal vivida Vejo distante uma vida mal sentida Sinto como se não mais existisse  Invejo o normal que não existe  E, me pergunto: Quem anda parado, vive? Gustavo Afonso