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Mostrando postagens de janeiro, 2025

Sobre

Há limite para a sede? Há de cultivar o bastante, mas para a alma? Somente asas para sonhos? Somente cometas para voos universais? Há demasia de estrelas para o infinito? Há exagero no que transborda? Há muita água no rio que invade o oceano, se transforma, se mistura? Que mistério há em duas vidas que se tornam uma?  Há pecado no profundo mergulho?  Há loucura no desejo de se afogar de ar e respirar o mar? Há insanidade na mais brilhante fantasia? Há amor demais que clareia a noite e estrela o dia? Para a falta, para o muito e para o todo,  o que define, incendeia e redime  é a simples imensidão que há.  É a poesia.  É ela que me corrói, me constrói e constitui.  Que me afasta e me seduz.  É nela que por vezes passo e é nela que como corpo quero morar.  Vagar sem rumo, parar no tempo, passar e viver. E como espírito, é na poesia, de palavras escritas, gritadas, não lidas e não ditas,  que desejo transcender. Gustavo Afonso