Penso que, além das orações, palavras gravadas possuem um poder transcendental, imortal. E escrevo para homenagear quem gravou suas palavras no papel, nos ouvidos e no coração de um povo, de um país. Assim como muitos, conheci Aldir antes de conhecê-lo. Havia algo diferenciado na alma das músicas que escutava, mas me perdia na emoção da voz de Elis, no coro verdadeiro do Quarteto ou no conjunto voz-violão de João. Pouco me atentava a quem havia escrito tão doces, precisas, Brasis palavras. A minha então ignorância é o retrato de uma desvalorização cultural sistêmica de um país que é exposto em suas aparências e oculto em suas essências. Até em seu momento de passagem, Aldir nos deixou essa mensagem, jogando em nossa cara que uma figura como ele necessitava dos apelos de familiares e companheiros para conseguir uma vaga em um hospital. Aldir foi levado por um vírus, potencializado, em sua pátria, pelos algozes, não de Aldir, mas da liberdade, da Democracia, do Brasil e da vida, tudo