A previsível surpresa

A caixa de surpresas do destino não para de aprontar
Novidades tornam-se sombrias
E a gangorra de chão
Brinca de escurecer o dia

Manhãs descoloridas
Em que não se via um facho de luz
Dias em que o horizonte se perdia
Dias cinzas, sem azuis

Naqueles tais dias
Que duram semanas, meses, anos
Os minutos do teu sorriso
São os que sigo cultivando

Na memória falha
Que rateia e desacredita
A mente ainda capta
Momentos em que a alma respira

Mas por mais que me agarre
A encantos e olhares
São lembranças perecíveis
Piscam, zombam e passam

E tudo continua
Conforme hediondos planos 
Uma eterna luta
Por minutos em anos

Gustavo Afonso

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