Confusão

Imploro para vomitar palavras
E desabafar meu peito
O choro preso aturde
E quando vem, mesmo a soluçar, não amortiza o sentimento

Tudo confunde, passa a chave na alma
Sufoca prendendo a respiração
Se dói e incomoda tanto
Como ousam chamar de paixão?

Que droga de troço é esse!?
Ninguém me convence que é bom
Embrulha como um caixote de ressaca
Gira tanto que me faz sentir um peão

E de tanto ver o mundo girar
Você perde a noção de onde está
Fica meio louco, insano
Cala a boca pra não gritar

Vendo os olhos pra não enxergar
Calo vozes pra não escutar
Abafo a mente pra não pensar
Aperto o peito pra não gostar

A única certeza que sinto
É do erro persistente
Silencio quando devo falar
Ajo demais antes de pensar

(E o acorde de uma música
 O colorido de um dia
 Uma voz ao longe
 Um jeito de menina...)

Só queria normatizar
Mergulhar sem me afogar
Um rodamoinho me suga
Só espero ainda saber nadar...

Gustavo Afonso

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