SUFOCO


É tudo, é tanto, pranto
É pouco, vazio, vácuo
É muito grito
E muito silêncio
É revolta
É tristeza
É ódio
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Queria - quero - que minhas lágrimas se transformassem em palavras
E ações
Mas meus olhos estão secos
Meu peito, cheio
Meu corpo, desguiado, treme
Quer agir. Precisa agir.
O que fazer quando não sabem o que fazer?
O que fazer quando o ódio te faz odiar
E o amor parece evaporar?
É sede. É sangue. É morte
É negro. É criança. É pobre
É arma. É a bíblia da bala. Não é mais nada.
Qual a (re)ação?
É perdida, subtraída
Calada, censurada
Acovardada, escondida
Distorcida, adulterada
É limitada, enquadrada
Esvaziada e sussurrada
Enquanto as palavras do ódio são ecoadas
Gritadas
Viram balas
E crianças perfuradas
Como (re)agir ao ódio sem se consumir?
Como vencer com o amor
Quando o encarceram e trancafiam a esperança
Assaltam o povo e lhe roubam o que há de mais importante:
- Sua consciência
Quando lhe batem
A humanidade
Quando lhe arrancam
A verdade
E triunfam a mentira
Batida, repetida, desmedida, ensandecida
Com que verdade se a tornam relativa?
Com quem amor se o tornam indiferença?
Com que armadura vamos seguir?
Deixemos a arma, fiquemos com a dura
Com a dureza
Com a força e a inteligência
Com a resistência
Ainda há mãos para segurar
Ainda há caminhos para seguir
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Ainda
Há?
Atordoam nossa mente
Destroem nossas emoções
Tapam nossa visão
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Levantemos!
Temos o que nunca vão ter
Por mais que não saiba
Não enxergue
Não perceba
Sente.
Age!
Explode, irmão! Explode amor!
Explode na cara deles!
O amor não é omissão. O amor é ação.
O amor é paz, mas o amor faz.
O amor resiste, insiste.
O amor luta. O amor muda!
O amor age. O amor vai às ruas!
O amor é coragem. É a força que eles nunca vão ter.
É o amor que vai nos fazer renascer.

Gustavo Afonso

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