Travessia: Um cantinho de céu
Eu prefiro as lágrimas
Que as crises de angústia
Sonho com a tristeza
Porque ela me faz sofrer em paz
Escrevo uma carta ao Tom (74), à Bethânia ou à Juliana
Vivo meio samba, pagode e rock n'roll
Sonho de Tam, Azul ou de Gol
Mas queria ir de Trem
Com o Clube
E, mesmo sonhando
Realmente - com meu braço - fazer o meu viver
Mas vou pela estrada
Esburacada, enlameada
Rumo à estada
Onde meu coração pode chegar
Vou ao Leme, à Urca, ao Arpoador
Eu desejo Minas, São Paulo, Salvador. Ou até o exterior
Enquanto ainda olho, da janela, o Redentor
Eu escrevo enquanto bebo (ou depois)
E vez ou outra choro enquanto dói
Mas meu choro hoje machuca menos
Não me mata, nem tanto me rói
Os discos já tocam e não mais arranham meus ouvidos
Tô no caminho
No fim do vício (ou no início?)
Talvez no final do ciclo
Maldito. Bendito
Eu vivo
Ou sobrevivo
Tem horas que nem isso
Mas, eu sigo
Não paro. Eu ajo, eu faço
E acho que isso é viver
Se por um minuto eu esqueço
Acho que isso é Me Ter
E enquanto os dias passam
E desenlaçam
Vou sendo mais Eu
Sou forte (Eu Sou. Eu sou - repito pra mim)
O que sei é que hoje Sou Meu
Gustavo Afonso
Comentários
Postar um comentário