Vida finda
São tantos caminhos e ruas
Que precisaria viver mil
Pra sentir na plenitude uma
Precisaria passar tantas vezes
Pra acertar o que errei
Corrigir onde falhei
E olhar, principalmente, onde não olhei
Precisaria de uma vida eterna, talvez
Pra repetir até acertar
Pra me sentir livre e errar
Pra tentar outra vez
Precisaria não ter validade
Pra validar minha vida
Precisaria ter vidas infindas
Pra estar no sempre ainda
Desejo o hoje
O ontem
E o amanhã
Desejo o calor, o frio, a sunga e o cobertor de lã
Preciso do muito
Porque o pouco não me basta
Preciso de mais tempo, de mais vida
Apenas uma, jamais gasta
Preciso de mais ar
Quero ter mais chances de errar
E, ao acertar
Um tanto mais desfrutar
Mas, a vida passa
Não seguro a noite, quanto mais a madrugada
Curioso, Ser
Vivemos
Mas não podemos parar pra viver
Gustavo Afonso
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