IRRENSPONSABILIDADE ASSASSINA



















Pronto. Era isso. Tinham que matar alguém, né? Enquanto era só uma pedrada daqui, uma porrada de lá, tava tudo bem. Mas tinha que morrer um trabalhador, tinha que morrer um profissional que estava exercendo sua profissão, vítima também, é bom lembrar, da irresponsabilidade de seus próprios patrões em impulsionar, no início, manifestações deste tipo.

Mas, olhando por outro lado, se fosse um policial, tava tudo bem? Se o rojão acertasse um policial, ao qual foi destinado, ok? Policial tem mais é que morrer, né? Policial é cidadão?

Enquanto as balas de borracha atingiram nossos amiguinhos porque estavam apenas jogando umas pedrinhas portuguesas aqui e ali, quebrando uma loja aqui e ali, era um absurdo, né? Quanto estardalhaço fizeram. Ora, nossos amigos, sem qualquer consciência política e social, têm o direito de jogarem pedras nesses policiais corruptos, têm o direito de lutar contra o “sistema”, né? Que coisa linda esse papo de anarquia. Imagina? Imagina poder descontar a raiva daquele policial que me arrochou, aquele que eu tive que dar uma graninha por fora? Aliás, todo policial é corrupto, né? A polícia é algo à parte da sociedade, certo? Não é um espelho da corrupção social? O policial é subornado, mas ninguém o suborna, né, colegas?

Voltando a triste notícia de hoje: lamentável e revoltante. Desde o primeiro momento. Bandidos encapuzados, assassinos covardes, cavavam esse fim em manifestações orquestradas e amparadas por grupos políticos nacionais e estrangeiros e insufladas pela mídia para benefício próprio. Mas só uma meia dúzia via isso, né? Tava tudo tão bonito. Deixa aqueles meninos colocarem máscaras! Só um coquetel molotov? Só uma pedrada? Políticos passando a mão na cabeça deles com intenções espúrias e golpistas. Grupos internacionais por trás das táticas, por trás de seus organizadores. A intenção não era clara, né? E alguns amigos nossos, inconscientes, indo atrás daquela “festa”, sendo presas fáceis da sede revolucionária que os jovens possuem.

Ninguém via que o objetivo era plantar o caos. Ninguém via que o jogo era jogar contra o país. Ninguém via que o objetivo era tirar a Copa do Mundo do Brasil. Ninguém via que o objetivo era tirar do comando do país quem não mais governava para eles, quem não mais se pautava pela imprensa e sob sua batuta governava, quem não mais atendia a interesses que não beneficiavam o povo brasileiro.

Agora, as pessoas começam a ver quem é quem. As máscaras vão caindo de verdade. Sem precisar proibir seu uso. Dos interesses dos “Black Blocs” a políticos até então justos e corretos, paladinos da moralidade. Infelizmente, eles mataram um trabalhador. Só assim que as pessoas acordam, né? Vai precisar morrer mais alguém para que os “Black Blocs” percam de vez seu espaço e sofram a repulsa que merecem do povo? O Brasil é meu, seu, nosso, do povo. O Brasil é um país pacífico, aonde hoje, graças a Deus, as coisas resolvem-se na democracia, na urna. Quem lutou de verdade neste país nunca precisou colocar uma máscara, esconder o rosto ou ter vergonha de seus atos. Temos aversão a golpes. Temos nojo de parte recente da nossa história em que não tínhamos voz. Hoje, graças aos que lutaram em tempos negros de verdade, temos liberdade, mas não pra isso.

Que ao menos a partir de agora esses novos grupos de bandidos não tenham vez, como não eram nunca pra ter tido em nosso país. O espaço e a conivência que tiveram até então, causam hoje dor em uma família brasileira e uma ferida difícil de cicatrizar dentro de nossa sociedade.

Gustavo Afonso



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